Odontologia Hospitalar

No Brasil, a Odontologia Hospitalar foi legitimada em 2004 com a criação da Associação Brasileira de Odontologia Hospitalar (ABRAOH).
Considerando que a Odontologia Hospitalar tem por objetivo a promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças odontológicas e doenças sistêmicas, bem como as consequências delas derivadas.

Art. 1º. Reconhecer a Odontologia Hospitalar como Especialidade Odontológica.

Parágrafo único: A Odontologia Hospitalar compreende um conjunto de ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas de doenças orofaciais, manifestações bucais de origem sistêmicas ou de sequelas de seus respectivos tratamentos, em pacientes em ambiente hospitalar, internados ou não, ou em assistência domiciliar, inseridas no contexto de atuação da equipe multiprofissional, visando à manutenção da saúde bucal e à melhoria da qualidade de vida. Tais ações são realizadas pelo cirurgião-dentista apto (especialistas) a compor uma equipe multidisciplinar nos hospitais públicos e privados (CFO, 2024).

A literatura tem demonstrado que a condição de saúde bucal pode influenciar na evolução do quadro de pacientes internados. Estudos indicam que os pacientes de unidade de terapia intensiva (UTI) apresentam uma higiene bucal deficiente, aumentando a quantidade e complexidade do biofilme dental. A doença periodontal é um grande fator de risco para o desenvolvimento de pneumonial nosocomial, visto que as bactérias presentes na boca podem ser aspiradas e causar uma pneumonia por aspiração (MORAIS et al.2020).

Amaral (2013) relata que as funções de um cirurgião-dentista em UTI, são de restabelecer e manter a saúde bucal, prevenir infecções e lesões bucais, realizar procedimentos de emergência frente aos traumas, evitar agravamento da condição sistêmica e surgimento de uma infecção hospitalar e intervir com procedimentos curativos promovendo saúde e conforto ao paciente. Os pacientes hospitalizados e internados em Unidades de Terapia Intensiva apresentam grandes riscos de contração de doenças infecciosas, principalmente as pulmonares decorrentes de patógenos respiratórios que se encontram na cavidade bucal devido à deficiência de manutenção da saúde bucal por meio de açoes preventivas e de mínima intervenção. As bactérias presentes na cavidade bucal do paciente internado, quando entubado, podem ser aspiradas e provocar sérias consequências como as pneumonias por aspiração (MIRADA et.al.,DO NASCIMENTO, 2018).
Frente à importância das intervenções odontológicas, é esperado que as alternativas terapêuticas propostas pelo cirurgião-dentista sejam eficazes, seguras, e preferencialmente minimamente invasivas, com bom tempo clínico e baixo custo. Nesse contexto, o uso do laser tem ganhado uma grande aceitação e visibilidade em ambiente hospitalar. ( Liang, Y.,et al)

Atendimento Hospitalar na Pediatria

    O paciente pediátrico, diante do internamento hospitalar, responde de maneira diversificada, com várias alterações biopsicossocial e comportamentais, podendo ser uma das maiores fontes de ansiedade e estresse para elas, levando a subvalorização dos cuidados bucais.

    A importância do odontopediatra como membro de equipe multiprofissional atuante no hospital tem muito fundamento em decorrência do agravo da higiene bucal nos pacientes internados, especialmente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A presença desse profissional na equipe demonstrou uma melhora na qualidade de vida do paciente, prevenindo infecções, reduzindo o tempo de internação e os medicamentos utilizados.

    Consequentemente, esse déficit na higienização pode promover o acúmulo de biofilme dentário nos dentes, ocasionando o aparecimento de lesões cariosas e doenças periodontais (Martins et al., 2019).Pode-se afirmar, sabendo que a saúde bucal é um fator determinante durante o período de internação, que possíveis cuidados precários relacionados à odontologia podem agravar o quadro sistêmico das crianças hospitalizadas, abrindo vias para infecção não só na região oral, como também no restante do corpo, uma vez que essas são mais suscetíveis a problemas adicionais por possuírem um sistema imunológico mais fragilizado (BALLESTRERI et al., 2016). Para evitar tal problemática e garantir a prática dos hábitos de higiene bucal, é de suma importância a presença do cirurgião dentista na equipe multiprofissional dos hospitais (GOUVÊA et al., 2018).

    Os odontopediatras devem trabalhar em conjunto com todos os setores envolvidos na proteção da criança, a fim de criar protocolos de atendimento que promovam a saúde bucal do paciente infantil.