“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.” Martin Luther King Jr.
Minha relação com a odontologia começou cedo. Aos 9 anos de idade decidi que queria ser dentista. A OH entrou na minha vida sem eu perceber, de mansinho.
Meu primeiro paciente na faculdade foi uma gestante de alto risco (pré-eclampsia), depois um adolescente síndrome de down – que me levava flores, tão lindo -, e toda manhã que chegava na faculdade ficava ansiosa para saber qual seria o próximo paciente e suas patologias.
Durante as minhas férias, descobri um estágio no Hospital de Sorocaba e desde o meu primeiro ano de faculdade, passava meu tempo livre, sendo auxiliar dos residentes. Lá eu descobri a minha verdadeira paixão: a importância de ser uma dentista para tratar pacientes sistemicamente comprometidos.
Depois de formada e já com residência e a especialização concluídas, o atendimento à pacientes com algum comprometimento sistêmico fazia parte da minha rotina.
Mas eu ainda tinha um sonho. Sempre que passava pela Santa Casa, olhava e dizia para mim mesma: eu ainda vou ter um serviço aqui. O que eu não imaginava era que seria tão difícil. Pensei em desistir algumas vezes. Projetos que entravam e eram engavetados, aquilo ia desanimando e o sonho ia ficando cada vez mais difícil.
Em 2017 consegui montar e ter o projeto aceito. Estava começando a viver o meu sonho: ter um serviço de odontologia no ambiente hospitalar no maior hospital do meu estado.
Por que estou contando isso para vocês? Para falar que eu nunca deixei meu sonho de lado, por mais difícil que tenha sido.
Já trabalhei sem receber salário, já passei noites e finais de semana cuidando do amor da vida de alguém e valeu a espera.
Sonhar faz a gente não desistir de viver. Todo dia eu sonho algo diferente. E Deus segue ao meu lado, me capacitando e acompanhando essa jornada.
Não desista do seu sonho, por mais distante, complicado ou impossível que ele possa parecer. Não vá embora quando receber os primeiros “nãos”. Não deixa a primeira porta fechada te levar para outro caminho.
Sempre estive – e sempre estarei – aqui proporcionando saúde oral e conforto ao paciente.
O Brasil começou em 2004 a participação na Missão de Paz para Estabilização do Haiti (Minustah) com o Contingente Brasileiro. A Dra Regina Raffaele participou da missão em 2013, a tenente Raffaele realiza um trabalho fundamental: cuidar da saúde do batalhão, ajudando a mantê-lo preparado para o desafio que a missão militar impõe e missões com a população infantil ensinando sobre orientação de cuidados orais e técnica de escovação as ações cívicos militares que recebem o nome de CIMIC.
O expediente no consultório odontológico era bem puxado e começava às 8h às 18h e aos sábados até 14h. O atendimento era realizado aos integrantes da tropa que estava trabalhando no Haiti os membros da minustah de varios países receberam atendimento da Ten Raffaele.
Segunda a Dra “ a experiência vivida no Haiti foi um grande experiência e um aprendizado sem descrição, sou extremamente grata a Deus, por tudo que vivenciei .”
A rotina no Haiti começava cedo. Acordava às 6h da manhã com o toque da alvorada. Vinte minutos depois, estão de pé para o treinamento militar, que envolve corrida e alongamento.
Quando comecei a escrever artigos científicos o meu propósito era contribuir para o avanço do conhecimento e a divulgação da área de odontologia hospitalar.
Nos links abaixo vocês poderão ter acesso a temas descrito por mim juntamente com meus colegas de assuntos que nunca haviam sido relatados na literatura como uso de laserterapia em queimadura de face, uso de laser em lesão por Monkeypox, lesões orais associado aos pacientes COVID -19 uso de aPdt e lase, também encontrará reportagens sobre a atuação do dentista em hospitais.
Se gostou dos temas corre lá no link tem muita coisa para você ler e estudar. Estou a disposição para qualquer discussão de caso.
abril 10, 2024
A palavra anquiloglossia é usada para estabelecer uma alteração do freio lingual curto ou uma língua fusionada no assoalho da boca, popularmente denominada “língua presa”.
A avaliação do freio lingual é realizada nas maternidades do Brasil nos recém-nascidos, equipe que realiza e aplica o teste da linguinha são as fonoaudiólogas, caso encontrem alguma alteração indicam para médicos e cirurgiões dentistas para a avaliação. O correto exame clínico e plano de tratamento são primordiais para a decisão da necessidade e o período em que será realizado o procedimento cirúrgico baseia-se na excisão total do freio, nome do procedimento: Frenectomia.
O procedimento exige que libere todo o frênulo lingual, divulsionar (liberar) as fibras remanescentes e cuidado com as estruturas adjacentes e carúnculas.
Devemos deixar claro que é necessário conhecimento da anatomia da língua, indicações cirúrgicas/ técnicas, indicação de procedimento (técnicas manuais: tesoura, bisturi, laser cirúrgico e Eletrocautério ou técnicas mistas), processo de cicatrização e caso depare com intercorrências ( você precisa saber intervir).
Caso seja necessário a prescrição de analgesia é realizada, conforme cada cirurgia.
Após o procedimento, o bebê deve ser amamentado imediatamente.
A anquiloglossia é uma questão multidisciplinar complexa.
março 18, 2017
O paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode apresentar lesão no sistema nervoso central como as que atingem o córtex cerebral, o hipotálamo, e os sistemas reticulares e/ ou piramidal, devido a traumatismo craniano, TCE, podem alterar mecanismos cerebrais e modificar o reflexo mastigatório podendo apresentar lesões bucais, trismo e bruxismo secundário, provocando lesões na mucosa bucal, lábios e língua. Em pacientes neurológicos com rebaixamento do sensório, confusos e pouco colaborativos e ou com o nível de sedação superficial, a confecção de dispositivos ou protetores bucais são essenciais para diminuir o apertamento do tubo orotraqueal.
O Bruxismo, a “etiologia multifatorial” tem sido largamente utilizado pelos autores para expressar uma gama de diferentes agentes etiológicos que poderiam estar relacionados à ocorrência de tal fenômeno. Com respeito a essa “multifatoriedade”, sem dúvida, ainda há muito a se pesquisar sobre a relação entre os mecanismos neurológicos existentes em nível do Sistema Nervoso Central, SNC, e o bruxismo, uma vez que já se reconhece que substâncias neuroquímicas são capazes de suprimir ou exacerbar os movimentos.
Os dispositivos podem ser confeccionados de diversos materiais: como acetato de polivinilo ou polietileno-etileno, etil vinil acetato (EVA), copolímero de cloreto de polivinilo, de látex de borracha, resina acrílica e de poliuretano.
No Hospital em qual trabalho, sempre confeccionados alguns dispositivos para evitar que o paciente não morda o tubo, o mais utilizado pela equipe de Odontologia Hospitalar é o JIG de Lúcia, por ser mais fácil de ser executado, mais barato e rápido.
Segue abaixo as descrições de alguns modelos:
O JIG de Lúcia um reprogramador neuromuscular é um dispositivo confeccionado nos incisivos centrais superiores e, utilizado na clínica odontológica com finalidade de desocluir os dentes e consequentemente e desprogramar o padrão de atividade neuromuscular evitando que ocorram interferências oclusais e, assim, possibilitando a melhor manipulação da mandíbula, como também, possibilitando a avaliação das alterações e distúrbios na oclusão dental (fig. 1).
Os outros dois modelos são de etil vinil acetato (EVA), adquiridos como protetores bucais já confeccionado e adaptados em uma das arcadas dentárias (fig.2) e duplos tanto na arcada superior quanto na inferior (fig. 3), e a indicação vai depender da intensidade do trauma, da condição dentária para retenção e da presença do tubo endotraqueal, sendo a indicação individualizada, podendo ser utilizada em crianças e adultos.